Dr Alceu Furtado

Osteopatia Integrativa

O que o seu corpo está tentando te contar?

Recentemente atendi uma paciente com dor no quadril. Ela chegou mancando, segurando a respiração e dizendo que “deve ter dormido torta”.

Mas ela não dormiu torta.

Ela trabalha há seis meses em home office, com três filhos pequenos, marido convenientemente ausente, rotina sem pausas e um único momento de silêncio: o banho. Cinco minutos, se muito. Quente e relaxante, poucas vezes. Correndo, sempre. Isso quando dá.

A dor começou na lombar, foi migrando. Agora estacionou no quadril. Ela me perguntou se era problema no nervo. Talvez seja. Mas a pergunta mais urgente não era sobre a saúde de seus movimentos.

A pergunta era outra: o que o corpo dela está tentando dizer que ela insiste em não ouvir?

A maioria de nós aprende a se calar antes de aprender a se escutar.

A gente engole o choro, o cansaço, a frustração — e o corpo guarda tudo. Como uma mala malfechada que vai estufando.

E um dia, ela arrebenta.

Você chama de “dor nas costas”.

Eu chamo de sobrecarga não nomeada.

Você diz “travei o pescoço”.

E eu pergunto: em que momento da sua vida você começou a travar o que queria dizer?

O corpo fala, mesmo quando a gente finge não entender.

A dor que se repete não é um defeito. É uma carta. Uma mensagem. Um recado não lido.

A ansiedade que pesa no peito, a gastrite queima no silêncio, a insônia que grita às três da manhã — tudo isso tem voz.

Não é o pulmão que está ruim. É o ar da sua vida que está rarefeito.

Não é só o ciático inflamado. É o seu limite pessoal que foi ultrapassado há meses.

A boa notícia?

Seu corpo nunca mente.

E ele é paciente. Ele não grita de uma vez. Ele avisa. Dá sinais.

Primeiro, cansa. Depois, pesa. Depois, dói. E só quando você continua insistindo em não ouvir, ele paralisa.

Dor é linguagem.

Sintoma é metáfora.

Postura é história.

O tratamento, às vezes, começa com uma agulha, um ajuste na coluna, uma respiração mais consciente.

Mas a cura real…

A cura começa no momento em que você para de brigar com o corpo e começa a conversar com ele.

Hoje, meu convite é simples:

Escute seu corpo.

Feche os olhos. Respire devagar. Sinta onde dói.

E, antes de correr para o remédio ou para o alongamento do YouTube, faça uma pergunta que talvez mude sua vida:

“O que o meu corpo está tentando me contar… que eu ainda não tive coragem de ouvir?”

Cuide-se.

Com gentileza. Com atenção. Com presença.

Seu corpo é a sua biografia escrita em palavras que estão escritas no inconsciente.

Aprenda a lê-las.

Nos vemos na próxima sessão — ou na próxima reflexão.

Com carinho,

Alceu

Fisioterapeuta | Osteopata | Acupunturista

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